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Amanaiara

O morro

O morro foi demolido
Valeu apena a espera
Ao Galeno e João Veras
Nós estamos agradecido
Atenderam esse pedido
Foi muito espetacular
Não temos o que reclamar
Para nos foi uma graça
E vão construir uma praça
Calçadão pra caminhar

Nós estamos satisfeito
Foi uma grande conquista
Ninguém vai andar na pista
A não ser por desrespeito
A pessoa do prefeito
E a do vereador
Desconhecendo o valor
De obra tão importante
Nos ficamos confiante
Num futuro promissor

João Veras nos prometeu
Fazer até Luiz monte
Quase chegando na ponte
É esse o projeto seu
Valeu apena valeu
Foi uma obra eficaz
É assim que agente faz
Poupamos seu sacrifício
Indo até o Aparício
Para nos tá bom de mais

Galeno muito obrigado
Pelo o grandioso feito
Tua maneire teu jeito
De fazer tudo calado
Tendo João Veras ao teu lado
Nós estamos protegido
Para te não tem partido
Trata com o mesmo respeito
É esse ai o prefeito
Que por nos foi escolhido

Temos a obrigação
Trazer em nossas memória
Pessoas que teve história
Serviço e dedicação
Merece nossa atenção
Passa mais fica lembrado
Quem construiu um passado
De maneira competente
Todo esse tipo de gente
No meu livro é registrado

Agradeço a Osvaldinho
Também por aquela estrada
Feita na gestão passada
Encurtou nosso caminho
Merece nosso carinho
Digno de dedicação
Construiu o Mangueirão
Melhorou a nossa vida
Merece ser refletida
Digna de nossa atenção

Um dos outros abnegado
É um prazer que eu sinto
Falar de Vicente Pinto
Que construiu o mercado
É justo ser registrado
Com muita dedicação
Ivan que fez o galpão
O albano nem se fala
É um nome que abala
Toda nossa região

Outra passagem importante
Uma pessoa sincera
Nosso amigo Chico Vera
Teve um passado brilhante
Foi muito perseverante
Em tudo que ele fazia
Tinha muita simpatia
Nessas palavras se encerra
Partiu deixou nossa terra
 É lembrado hoje em dia o

Cícero Pinto também
Lembrar seu nome me cabe
É pouca gente que sabe
Do valor que ele tem
Ser lembrado por alguém
Sua ideia e seu critério
Foi um dos atos mais sérios
Dentro de suas reserva
Deu uma quadra de terra
Pra fazer o cemitério

O açude Canadá
Fornece nosso recinto
Mas se o Vicente pinto
Não tivesse feito lá
Há onde nos ia arranjar
Água boa com fartura
Seria aquela amargura
Trazendo água da ponte
Pois nos não tinha outra fonte
De maneira tão segura


Eu falo assim desses feito
É por ter conhecimento
Do digno comportamento
Vereador e prefeito
Por nos tratar desse jeito
Para nos é alegria
Seria uma covardia
Também pensamento fraco
Não estou puxando o saco
Só falei o que cabia   

(Auzim Freire)
2014 - Uma chuva de versos
Auzim
Índia (Cascatinha e Inhana)

Meu Primeiro Amor




A 1ª obra do poeta "Amanaiara e outras histórias" pode ser vista no seguinte endereço: http://vidaarteedireito.blogspot.com/p/regional-auzim-freire.html


Parte da Família Pinto reunida

Família Pinto

  
Igreja de São José  - 2014

Neuza e José Veras

Clovis Renato, José Veras, Tobias Veras - 2012



Francisca Frota

José Mansueto, Iraide, Silvana

Depoimentos sobre a obra de Auzim Freire

VÍDEOS:

1) Entrando em Amanaiara (Chapéu de Couro): http://www.youtube.com/watch?v=jpHqhIiWUU0&feature=related

2) Painho e Marilene (Amanaiara a Terra do já Teve): www.youtube.com/watch?v=O6Pn50Qzhus&feature=related

Prefeito de Reriutaba Dr. Osvaldo Lemos e a obra de Auzim + Poema recitado pelo poeta



                               De Sininbu a Amanaiara 
  
     O Distrito de Sinimbu surgiu no ano de 1927, mas deveria ter sido fundado no Peixe, nas terras do Capitão Júlio Ferreira. O Capitão, que era um homem influente na época, teve forças para mudar o projeto da estrada de ferro, impedindo que passasse por suas propriedades.
Dado o impasse, outros latifundiários locais como Manoel Estácio, Zé Bezerra, Raimundo Chaves, Antônio Camelo e João Anastácio permitiram que a estação fosse feita atravessando suas propriedades.
Assim, Sinimbu nasceu, fincada onde antes havia um lugar diserto, adentrado diversas terras dos que creram nas vantagens da estrada de ferro.
Nos arredores do lugarejo que cresceria beirando a estação, encontravam-se Zé Bezerra, na Lagoa do Mufumbo; Manoel Estácio no campo; Antônio Camelo na estrada que saia para a Catinça; João Anastácio na Lagoa dos Grossos; os Inácios; os Vieiras; Seu Avelino; os Belarminos; Chico Freire. Todos moravam afastados até a construção da estação, da casa de agente e as moradias dos trabalhadores da estrada.
Com as edificações assessórias à estrutura ferroviária, iniciou-se o ajuntamento de pessoas no entorno, as quais passaram a edificar suas moradias, negociarem com os trabalhadores da estrada, aproveitarem-se das facilidades do novo tipo de transporte, tornando-se os pioneiros do lugar.
A primeira casa construída foi a do Chico Pinto, a segunda foi de Antonino, seguida da de Arcenio Bernardo, que fez uma casa conjunta com um comércio.  
Chico Pinto fez seus armazéns e aos poucos foi sendo formando o arruado paralelo a estação. Veio morar em Sinimbu o Coelhinho, agente da estação e casado com Domitilde, em segundo matrimônio. Com Domitilde teve Raimundo Osvaldo, Quiterinha, Austerlina e Coelhinho. Da primeira família de Coelhinho tinha vinha Chico Fontinele, Alípio, Maria Coelho.
Dessa forma, as pessoas que fizeram Sinimbu foram Coelhinho, o agente, Domitilde, Francisco Fontinele, Maria Coelho, Alípio Coelho, Dona Cecília Camelo (a professora), a esposa de Francisco Fontinele, Manoel Estácio, Dona Mocinha Amaral. Tais pessoas foram as mais destacadas, antes da Família Pinto, nas pessoas de João Pinto e Dona Quitéria (Mãe Dedé), Chico Pinto.
Chico Pinto e Arcênio Bernardo foram os primeiros comerciantes; José Rodrigues era uma espécie enfermeiro; João Anastácio, Raimundo Chaves, Sr. Avelino, os Vieiras, os Inácio, Sr. Terto, Sr. Souza (o Curica), José Custódio, Cesário Buraco, Sebastião Masculejo, Sr. Evercio, os Berlaminos, Antônio Alfredo, Dona Vitalina, Sr. Sabino José (feitor da estrada de ferro) sua esposa Maria José, os Bezerras, Vicente Monte, Miguel Hipólito, José Cândido e João Anastácio.
Os irmãos João, Antônio e Alegário Ciebra; Miguel Vitaliano e seu filho Antônio Miguel, conhecido como Cai N’água (um fino ourives); Antônio Leandro (carpinteiro), Sr. Saturnino, Sr. Teófilo, Sr. Raimundo Silvestre, Francisco Oliveira, Antônio Ricardo, Pedro Bombeiro, Sebastião Cassiano, Raimunda Angélica, Rosa Cangaia, Julia Pezinho, Chico Doido, Sabino Pereira, Sebastião Aristide, Berto Pequeno, Chico Diolino (ferreiro), Dona Sensor.
Augustinho Cassimiro (da Solidade), os irmãos Tomás e Bernardo Quitéria (do Muquém), Ribeiro Freire (do Monte Arará), Messias Rodrigues e José Antônio (da Pitombeira); Sr. Bernardo (da Americana), Belarmino Farias (do Recanto); Gildo e Antônio Lopes Crecêncio (do Ritiro); Vigário Michico (da Oiticica); Gonçalo Lopes (do Peixe); Djalma Freire, Raimundo de Almeida, José Cassimiro (do Cupim); João Lopes (da Americana); Chico Damião e sua esposa Dona Vicência (parteira); Mãe Chiquinha Pépé (parteira que assistiu a todos os amanaiarenses daquela época).
Qualquer um de nós hoje que temos uma vida saudável e gozamos a virtudes de todo o desenvolvimento do mundo lembramos que tudo começou com esses ícones passados porque sem eles nós não estaríamos aqui.  
Domitilde era uma mulher de grande visão, logo que chegou sentiu a necedade de construir uma igreja para aquela gente. Viu aquele tabuleiro e disse ser o local apropriado, procurou saber quem era pedreiro na região, encontrou Francisco Freire e seu filho Ribeiro. Com os pedreiros fez boa amizade e juntos reforçaram a idéia do templo religioso. Assim, voluntariamente cada um fazia de boa vontade e ainda arranjavam dinheiro para comprar o que não podiam fazer. Chico Freire marcou o local e cavaram os alicerces.
Luzia, esposa de Ribeiro, também participava, bem como, nas noites de lua clara reunia-se muita gente carregando pedras com cuia na cabeça para encher os alicerces com pedra, cal batido e areia grossa. O movimento se tornou uma diversão  para todos, sob o comando de Domiltide.
Quando os alicerces foram terminados, houve a missa da pedra fundamental debaixo de uma latada celebrada por Padre Gerardo ou Padre Domingo, não sei bem.
As coisas começaram a ficar difíceis e Domitilde resolveu ir à Juazeiro do Norte pedir ajuda a Padre Cícero Romão Batista para terminar a obra. Quando chegou, foi bem recebida  pelo o Padre afamado que se comprometeu a ajudar, mas alertou: - vou lhe arranjar e essa igreja será construída, mas vai cair e algum de vocês que estão construindo vão tanger jumentos de dentro do lugar, onde já v]ao estar comendo bredo.
Domitilde questionou se era possível que se concretizasse a profecia do padre. Perguntou assustada e Cícero respondeu: - pode anotar isso. A entusiasta ficou triste, mas procurou esquecer e continuar o serviço. Com o auxílio conseguido, começaram a levantar as paredes.
Na ocasião, apareceram o Sr. Chico Ribeiro e o Sr. Anastácio Ribeiro, também pedreiros, que mostraram interesse em ajudá-los. Contudo, infelizmente, a parceria não deu certo. Desentenderam-se e a turma inicial abandonou o serviço.
Em razão do conflito, Sr. Chico Freire passou trinta e cinco anos sem andar em Sinimbu. Ribeiro continuou a freqüentar o distrito, mas não deu mais atenção a igreja.
Chico Ribeiro terminou a obra, trouxe a imagem de São José de Portugal e toda vida teve grande zelo por tudo que fosse da igreja.

Primeira Igreja de Amanaiara
Com o passar dos tempos, no inverno de 1974, a igreja repentinamente caiu, cumprindo a profecia que Padre Cícero fizera a Domitilde. Assim, um dia, Ribeiro Freire estava na rua e teve a curiosidade de ir ver como a igreja tinha caído. Ao chegar encontrou a igreja do jeito que o Padre tinha falado. Tangeu de dentro da igreja três jumentos e ficou surpreso por ter sido o escolhido para testemunhar as palavras que o Padre tinha dito a Domitilde.
Na esteira de acontecimentos trágicos do distrito, completando a história de Amanaiara, no dia da missa da pedra fundamental houve um desastre com uma moça que veio de Reriutaba para assistir a missa. Na época ainda tinha um trem de passageiros, e, subitamente a moça, ao pegar o trem, caiu entre o carro o plataforma da estação. Foi moída pelo o trem até sair fora, na calçada, já sem vida.
Outro acontecimento fatal ocorreu com o Francisco Fontineli, delegado na época. Foi prender uma pessoa por nome (Arcanjo) e, no trajeto da viajem, o preso feriu-lhe mortalmente sendo a segunda morte do distrito.
A vida no distrito seguiu.
(Auzim Freire)
Igreja de São josé (2ª Construção patrocinada por Chico Pinto)
A primeira desmoronou
(Arquivo: Carlinhos Batista)

Procissão de São José - Amanaiara: http://www.youtube.com/watch?v=aEAf6GK-EdY&feature=related


A Mariquinha Chaves


Outra também teve história
Com seus serviços agradáveis
Dona Mariquinha Chaves
Hoje saudosa memória
Teve seu tempo de glória
Animou nosso Distrito
Quando o som era restrito
A simples radiola,
Um cego pedindo esmola
Tinha o cântico mais bonito.

Tempo dos cancioneiros
Que eram as músicas agradáveis
Com Núbia e Nelson Gonçalves
Ela e Pretinho Ribeiro
Que tinha como parceiro
De modo muito decente
Alegrava aquela gente
Despertava os corações
Com uns tipos de canções
Que nos deixavam contentes.

Nessa época Amanaiara
Pela década de cinquenta
Quando Mariquinha inventa
A música, a peça mais rara,
Aquela bomba dispara
No meio daquela gente
Contagia o ambiente
Fica todo mundo alerto
Até quem morava perto
Ficava muito contente.

O povo achava bacana
Quando o som iniciava
Mariquinha anunciava
O roteiro do programa
Em todo fim de semana
Agente se reunia
Pra ouvir as melodia
Nelson e Núbia Lafaiete
Orlando Silva e Gorete
Martinha e Ângela Maria.


Naquele tempo eu só tinha
Uns doze anos de idade
Mas já tinha vaidade
Com as músicas da Mariquinha
Todo dia agente vinha
Ai como eu dava valor
O Pretinho locutor
Achava aquilo bacana
Ouvir Cascatinha e Inhana
Com Índia e Primeiro Amor.



Aquilo foi minha vida
No meu tempo de infância
É guardado na lembrança
De maneira preferida
Era uma gente sofrida
Mas tinham felicidade
Ninguém tinha vaidade
As condições eram poucas
Eu só tinha duas roupas
Mas tinha tranqüilidade.

Com tanto que Mariquinha
Despertou nosso sentido
Fez chegar a nossos ouvido
Um prazer que ninguém tinha
Toda semana à tardinha,
Quando ela começava,
O primeiro que rodava
Pra nos encher de alegria
Era a prece Ave Maria
E nós todos acompanhava.

Obrigado Mariquinha
Onde você estiver
Foi uma grande mulher
Mostrou o valor que tinha
Quando deixaste a terrinha
Acarretando saudade
Para aquela comunidade
Tua lembrança ficou
Teve gente que chorou
Quando saiu da cidade.

                                (Auzim Freire)



O Time de Amanaiara

Nefitali e Noeme

Nefitali


Um símbolo de nossa história
Conheceu todos os detalhes
Vou valar de Nefitali
E de sua trajetória
Foi sempre cheio de gloria
Um homem muito importante
Sua vida é um brilhante
Com seu imenso saber
Viu a Sinimbu nascer
Naqueles tempos distante.

Um cidadão conservado
Em todo ponto de vista
É por isso que conquista
Esse lugar reservado
Hoje está aposentado
Vive como lhe convém
Tem uma vida de bem
Com predicados de branco
Mora na Rua do Campo
Sem ser pesado a ninguém.

Sua terra é encravada
Onde implantaram o Distrito
É um patrimônio bonito
E tem terra desocupada
Ele não liga mais nada
E vive plantando cana
Capim, mamão e banana
Tirando leite de gado
Comendo toissim torrado
Sua saúde e bacana.

O Nefitali sabe tudo
Como foi nosso passado
Quando surgiu o arruado
Ele já era taludo
Merece ser nosso escudo
Sabe contar a história
Tem uma boa memória
Em tudo que você fale
Quem perguntar a Nefitali
Ele responde na hora.

Ele é muito competente
Homem de conduta rara
Fundador da Amanaiara
Não pode ser diferente
Nunca deixou o batente
Sempre viveu nessa terra
Errar todo mundo erra
Depende como é tratado
Existe um velho ditado
O bom cabrito não berra.

Se Nefitali tem defeito
Não tenho conhecimento
Toda vida foi atento
Em fazer tudo direito
Nefitali e desse jeito
De moral muito profundo
Acho que não me confundo
Nessas palavras persisto
Se sabe nem Jesus Cristo
Agradou a todo mundo.

(Auzim Freire)


Valdir Vieira, Jacira, Socorro Costa, EvandroPinto, Régia, Auzim, Tarcísio, Benedito,Lozita, Zé Silvestre 


Amanaiarense: um povo alegre...
                                  
Amigos de Amanaiara - Parte I (O garoto batalhador)



Amanaiara é dotada

De pessoas inteligentes

Lá tem um tipo de gente

Que não dá nó sem laçada

Uns que surgiram do nada

Se tornaram milionário

Ali não existe otário

Tudo é do primeiro ao quinto

A benção do Chico Pinto

O maior majoritário.




Esse que vou descrever

Vivia como operário

Na passagem dos horário

Era fácil a gente ver

Esse menino vender

Café e água a passageiro

Ganhava pouco dinheiro

Não ficou acomodado

Partiu pra outro rossado

Abandonando o primeiro.




Ele veio pra Fortaleza

Se empregou na fazenda

Achava pequena a renda

Não saia da pobreza

Ele com muita proesa

Botou um disc namoro

Tirou todo o desaforo

E emendou pé com cabeça

E, de segunda pra terça-feira,

Mudou do cobre pro ouro.




Num ramo compensador

Ele, pessoa simpática,

Montou uma loja de informática,

Tudo de computador,

Peças de grande valor

Pra não fugir da ética

A rede completa elétrica

De rádio e televisão

Controle de proteção

Da maneira mais proética.



Hoje em dia esse rapaz

Tá do jeito que queria

Empregou toda família

Dentro do que são capaz

Uns com menos outros com mais

Ele é de fina fachada

Na vida não mudou nada

Apesar de seu progresso

Eu lhe desejo sucesso

Pra prosseguir a jornada.





Da garupa de um jumento

Para um Mercedes gaiato

Do pé no chão para o sapato

Do galpão para um apartamento

Mais seu comportamento

Não mudou sempre ele é

Um homem de muita fé

Mora na grande metrópole

Trocou trem por helicóptero

Foi visitar São José.




Botou sua vida no trilho

Mudou da água pro mel

Pra ele eu tiro o chapéu

Enaltecendo seu brilho

É um exemplo de filho

Merece nossa atenção

Em qualquer ocasião

Que seu nome for citado

Por mim é elogiado

De todo o meu coração.



                                                                       (Auzim Freire)



Jose Mansueto


Mansueto era estimado
Por toda população
Um dos grandes cidadãos
Do nosso tempo passado
Hoje em dia ele é finado
Teve passagem importante
Um fino comerciante
Um braço de Chico Pinto
É grande o prazer que sinto
De registrar céus flagrante.

Quem falar de Amanaiara
Esquecer Zé Mansueto
Fica fazendo careta
E perde o jeito da cara
Foi uma figura rara
Ele foi predestinado
Em tudo muito afinado
Isso eu digo sem receio
Quando as cartas eram em correio
Sempre eram aos seus cuidado.

Mansueto conhecia
O povo daquela terra
Do sertão ao Pé de Serra
No serviço que fazia
Fosse de noite ou de dia
Atendia aquele povo
Comprava da cera ao ovo
Nos deixou muita saudade
Tinha pouca vaidade
E morreu muito novo.

Seu Chico Pinto lhe dava
Muito apoio e segurança
Era o homem da balança
Ali tudo comandava
Seu armazém liderava
Toda aquela região
Cera, mamona e algodão
Tudo dentro dos seus molde
Couro do tejo ao bode
Arroz, farinha e feijão.

Chegava três quatro carros
A qualquer hora do dia
Lá tinha coletoria
Tudo em estrada de barro
Amanaiara era um jarro
Reflorido de riqueza
E o seu Zé Mansueto
Anotava na prancheta
Todo com muita clareza.

Zé Mansueto partiu
Nos deixou muita saudade
Naquela comunidade
Todo esse povo sentiu
Fazendo prece pediu
Pra Deus lhe dar bom caminho
E que lhe tenha o carinho
Que ele tinha com agente
Quem falou assim não mente
O conheceu de pertinho.

                                                       Auzim freire


Socorro Monte, Hady Costa, Mazé Bazílio, Mazé Veras, Socorro Torres

(Arquivo Hady Costa)

Vitórias dos times de Amanaiara
(Arquivo João Veras)



Dêdê e Albano Veras
(Arquivo Carlinhos Batista)


Saída para Reriutaba
(Arquivo: Carlinhos Batista)


Gerardo Ribeiro

Um símbolo de nosso povo
Nele eu já tinha falado
Porém me sinto obrigado
Em falar nele de novo
De todo recebo aprovo
Amigos sem alarido
Seu perfil de vida eu guardo
São seus amigos que diz
Todos se sentem feliz
Quando se fala em Gerardo.

Gerardo foi comboieiro
No seu começo de vida
Inventou outra partida
Trabalhou de sapateiro
E depois foi bodegueiro
Na praça da estação
E comprou um caminhão
Com seu negócios fiel
Mudou da água pro mel
Com a nova profissão.

Depois comprou um carro zero
Era isso que queria
Viajava todo dia
 E disse: - Agora eu prospero!
O Gerardo eu considero
Uma pessoa feliz
Quem conhece também diz
Reconhece seu valor
Um grande batalhador
Fez tudo com ele quis.

Naquele tempo distante
Quando ele viajava
Muitas vezes  me levava
Lhe servindo de ajudante
Sempre foi muito elegante
Teve um exemplo de vida
Brincadeira preferida
Era jogar futebol
Nos campos de arrebol
Jogando toda partida.

Ele não era tão forte
Mas tinha um chute certeiro
Dava trabalho ao goleiro
Que não tivesse suporte
Ele tinha o passaporte
De cada bola chutada
Era bomba aprumada
Onde o goleiro nem via
Ou, se visse, não podia
Defender essa granada.

Ele não se descuidava
Com tudo a tempo e a hora
O Gerardo tem história
Terça e quinta nós treinava
No domingo ele arrumava
Um time para se jogar
Ele deve se lembrar
Enchia o carro de gente
E aquilo era um presente
Para o povo do lugar.

Eu não digo desengano
Hoje já tenho setenta
Ele perto dos oitenta
Nossa contagem de ano
É mantido nosso plano
Com muita tranqüilidade
Não temos mais vaidade
Mas vivemos satisfeito
Nosso passado perfeito
Com muita felicidade.

Ele deixou nossa terra
Foi morar no Arara
E a nossa Amanaiara
Ficou em grito de guerra
Saiu e não deixou reservas  
pra fazer seus predicados
o time ficou parado
depois de sua saída
encerrando aquela vida
daquele tempo passado.
                                              


                                                                                              Auzim Freire

Várias formações dos times de Amanaiaras


O Chico Pinto



Por quatro décadas em seguida
Do nosso século passado
Nós tivemos um potentado
Homem de cabeça erguida
Teve seu tipo de vida
Como um abolicionista
Que ainda hoje conquista
Os que relembram seu nome
Sabem quem era esse homem
Francisco Pinto de Mesquita.

Foi grande comerciante
Dos dois estados daqui
Ceará e Piauí
Foi homem muito importante
Naquele tempo distante
Chico Pinto tinha nome
Mas pouco a pouco se some
Do povo a sua lembrança
Nesse mundo de mudança
Os que foram potentados
O povo deixa de lado
Poucos dão importância.

Tinha armazém arrojado
Fabrica que descaroçava
O algodão que comprava
Pra depois vender no fardo
Papai Pinto era chamado
Por toda a população
Não eram só seus irmão
Que chamavam desse jeito
Foi o homem mais direito
Que eu vi nessa geração.

Fez a fabrica do seu jeito
Toda obra a seu estilo
Ele e seu Chico Basílio
Na fabrica o braço direto
Foi cidadão muito aceito
Por toda comunidade
Era um homem de verdade
De poder absoluto
Chico Pinto foi um vulto
De grande capacidade.

Ele comprou maquinário
Beneficiava algodão
Ficavam quatro vagão
No desvio ferroviário
Foi um revolucionário
Deu vida ao nosso lugar
Era muito popular
Muito farto e sem bondade
Nunca teve vaidade
Vivia para trabalhar.

Era muito cauteloso
Pra não cair em ciladas
Primeiro dava uma olhada
Se era ou não perigoso
Porque se fosse enganoso
Saia logo de perto
Homem de dialogo aberto
Em qualquer hora do dia
Com ele não existia
Nada que fosse encoberto

Chico Pinto era formado
Pelo colégio da vida
A peça mais preferida
Era viver controlado
Ele foi predestinado
Com seu semblante sutil
Como ninguém nunca viu
Um devoto de bandeja
Edificou a igreja
No ano em que ela caiu.

Já para o fim da idade
Seu Chico Pinto parou,
Cera perdeu o valor
Ficou sem atividade
Fez o que tinha vontade
Foi homem de muita fé
Devoto de São José
Com seu sorriso distinto
Deus te guarde Chico Pinto
onde você estiver.

Não é só conversa minha
Aumentando a água da ducha
Todo mundo tinha um puxa
Mais Chico Pinto não tinha,
Aceitou a ladainha
Do jeito que foi rezada
Não se aproveitou de nada
O que era seu era seu
O que era meu era meu
Dava conta terminada.

Obrigado Chico Pinto
Pela pessoa que era
Onde foi casa é tapera
Você vive do ressinto,
Homem do primeiro ao quinto
Sua memoria é guardada
Foi bonita a sua estrada
Sua gloria é infinita
Foste uma rosa bonita
Que merece ser regada.

                                                                                  (Auzim Freire)
Francisco Pinto de Mesquita (Chico Pinto) e Mimosa Pinto

Campeonato municipal criado em homenagem a José Mansueto, amante do futebol, criado por Chico Pinto. Foi disputado e ganho pelo time de Amanaiara em 2007.
(Arquivo João Veras)
Chico Rogério, Hady, Socorro, Régia, Antenor, Rosa, Aurora, Lúcia, Fanny, Holanda, D. Bela
(Arquivo: Hady Costa - 1972)

No altar de S. José (Amanaiara): Prefeito Osvaldo, Governador Cid Gomes, Deputado Federal Ciro Gomes, Deputado Estadual Prof. Teodoro, Vice-Prefeito Vicente Filho. 2010.


Banda Marcial em Amanaiara
(Arquivo Carlinhos Batista)

Vicente Pinto (Auzim Freire)


Cicero Pinto





Cicero Pinto

Foi homem muito decente

Daquela comunidade

Sempre viveu a vontade

Um amigo competente

Seu sistema sorridente

Muito cheio de brincadeiras

Tudo de boas maneiras

É grande o prazer que sinto

Em falar de Cicero Pinto

Expressando essa maneira.



Foi pai de quatorze filhos

Teve tarefa pesada

Cuidar desta meninada

Sem nenhum sair do trilho

Foi um cidadão de brilho

Sua despesa era alta

A quem Deus promete não falta

Ele foi vitorioso

Homem forte e corajoso

Seus conterrâneos lhe exaltam.



Tinha um sítio na serra

Comércio na Amanaiara

Era uma figura rara

No banco boa reserva

Foi dono de muita terra

Na rua e no bom lugar

Divertia-se em trabalhar

E era muito decente

Uma figura de gente

Que foi e sempre será.



Beneficiava suíno,

Nós chamava de torrança,

E vendia na balança

Torresmo para os meninos

Quando eu era pequenino

Na decorrência do mês

Comprava de quando em vez

Torresmo fresco e cheiroso

Achava aquilo gostoso

Sempre fui seu freguês.



Seu Cicero fez despedida

Mas foi despreocupado

Deixou uns filhos formado

E o resto bem de vida

Sua missão foi comprida

Do jeito que ele queria

Fez tudo como podia

Pela lembrança que sinto

Obrigado Cicero Pinto

Vá com Jesus e Maria.



                                                                     (Auzim Freire)



Chegada em Amanaiara vindo de Reriutaba

Antônio Pinto


A Bodega do Antônio Pinto
F oi um comércio arrojado
Tanto na Rua do Celso
Como também no mercado
Com tudo que se quisesse
Além de seco e molhado.

Quando era tempo de safra
O Antônio Pinto comprava
Arroz, feijão e algodão
Tudo que agente plantava
Não era igual ao Chico Pinto.
Mas, aqui e ali se igualava.

Me lembro de Antônio Pinto
Quando não tinha energia
Ele pegava pesado
A qualquer hora do dia
E entrava pela a noite
Gostava do que fazia.

Usava uma lamparina
Apoiada na cabeça
Conferindo os armazéns
Domingo, segunda e terça
Nunca provocou incêndio
Por incrível que pareça.

Agência de bicicleta,
Comprava chapéu de palha,
Tinha loja de tecido
Faca, facão e navalha,
Rapadura, mel de abelha
Sela, surrão e cangalha.

O Antônio Pinto fazia
Três horários pra Sobral
Era carrada completa
No caminhão do Biral
Atravessando rio com água
Atoleiro e lamaçal.

Era e é gente boa
Nosso amigo Camiranga
Criado comendo queijo
Rapadura do Pitanga,
Tomando São João da Barra
Tirando gosto com manga.

Açúcar, farinha d’água,
Que nosso povão gostava
Se pedia a Antônio Pinto
E ele nunca negava
Pra matar aquela fome
Que tanto nos maltratava.

Foi um homem de figura
Que representava agente
Naquele tempo passado
E hoje aqui no presente
As obras de Antônio Pinto
São para sempre e constantemente.

Tem hoje noventa anos
Ainda sabe o que faz
Não é mais aquele homem
De certos tempos atrás
Porque o que ele fazia
Hoje em dia não faz mais.

(Auzim Freire)

Banda Marcial - Amanaiara
(Arquivo Carlinhos Batista)

HISTÓRIA DE AMANAIARA NA VOZ DO POETA AUZIM FREIRE: http://www.youtube.com/watch/?v=AvE6Gie6_Gw


                       O Masculejo



Sebastião Masculejo
Foi metido a rezador
Pra qualquer tipo de dor
Matava até percevejo
Curava dor de latejo
Também curava bicheira
Caçava sem baladeira
Atraia os passarinho
Pegava devagarinho
Em tipo de brincadeira.



(Auzim Freire)



O Raimundo 7 quarto


O Raimundo 7 quarto
Um dia fez uma aposta
Do jeito que ele gosta
Mas desta vez ficou farto
Seu Terto disse: - eu reparto.
Quebrou duas rapadura,
Raimundo fez a mistura
Na maior delicadeza
Deixou um quarto na mesa
Daquelas partes mais dura.



(Auzim Freire)

Estrada Amanaiara-Reriutaba - 2010/2011
A restauração da estrada, que fez parte do Programa Rodoviário Ceará III, foi custeada pelo Governo Estadual por R$ 3,94 milhões, com recursos oriundos do Tesouro do Estado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Estrada Reriutaba - Amanaiara 2014

Entrada Padrinho Djauma

Vicente Camelo


O papo do seu Vicente
Era muito preferido
Faz pena nós ter perdido
Essa figura decente
Ele contava pra gente
Que saiu comprando gado
Disse que seu empregado
Fez uma cabeça berrar
Cozida num alguidar
Ficar bodejando fino
Lá no Zé Alexandrino
No momento do jantar.


(Auzim Freire)

Enchente do Rio Juré (2009)


Chico Ribeiro e Marizinha

Seu Chico e Anastácio Ribeiro

Seu Chiquinho Ribeiro, como era conhecido, foi um dos fundadores de Sinimbu. Chegou ali pelos os anos de 1930, ainda novo casou-se com dona Maria que era conhecida por Marizinha, construíram uma grande família composta por Caboquinho, Pretinho, Gerardo, Chico Celso, José Ribeiro, Luiz Ribeiro, Tereza e Benilde. Enfrentou todas as dificuldades da época, mas criou seus filhos sobre seu domínio.
Era muito católico, foi um dos responsáveis pela a construção da Igreja de São José e lhe rendia homenagem no que fosse possível.
Tinha certo contato com o pessoal da estrada de ferro, o que fez com que conseguisse arranjar emprego para seus filhos, como agentes de estação. Curso de telegrafia não era tão fácil, mas os filhos ferroviários demonstraram grande habilidade na função e se mantiveram até a aposentadoria.
Seu Chico era do Partido UDN (União Democrática Nacional) e tinha como adversários a Família Pinto que era do PSD (Partido Social Democrático).
Em Santa Cruz seus chefes eram Raimundo Rodrigues e Raimundo de Castro. Os líderes seguidos pela Família Pinto eram Seu Agripe Soares e Alfredo Silvano.
Quando Seu Chico ganhava, fazia mudanças no que queria, o mesmo ocorria quando a Família Pinto ganhava.
No governo de Raul Barbosa, Seu Chico ganhou no apoio para prefeito, mas perdeu o apoio do governo. Estabeleceu-se aquela disputa.
Certa vez, Franklin, casado com uma irmã de Vicente Pinto, dirigiu umas piadas ao Chaga e ao Luiz Ribeiro, e, em reposta, levou uma surra muito grande dos dois, que fugiram em seguida. Vicente Pinto mandou prender Chico e Anastácio Ribeiro em Santa Cruz. Com muito trabalho, Seu Raimundo Rodrigues arranjou um advogado em Fortaleza para soltar Seu Chico e Seu Anastácio, para ficarem aguardando o julgamento em casa.
Lembro bem aquele dia.
O advogado Plínio Pompeu, foi de autotrolho até Santa Cruz e foram deixar Chico Ribeiro e Anastácio em casa, acompanhados de Raimundo Rodrigues.
A rivalidade continuava muito acirrada, mas, com o passar dos tempos, ambas as famílias começaram a quebrar aquele gelo. Gerardo Ribeiro tornou-se um grande amigo de Vicente e Luiz Ribeiro casou-se com a Ainda, filha de Vicente Pinto.
No dia em que Luis Ribeiro foi participar ao pai que ia casar, houve um almoço para a família na casa do Seu Chico. A futura esposa era filha do Vicente Pinto, o que era desconhecido por Seu Chico. Só a Família Ribeiro participou, porque Luiz ia anunciar o casamento ao pai. Na ocasião, todos estavam na mesa, o Luiz levantou-se e desse:
- Papai estamos aqui reunidos porque quero lhe participar que vou  me casar. 
Seu Chico perguntou com quem e Chico Celso respondeu:
- Com a filha do homem que mandou lhe prender.
Seu Chico respondeu:
- A menina não tem nada a ver com essas coisas.
Então Luiz ficou satisfeito, casou-se e Seu Chico dizia que entre suas noras não tinha uma mais que a outra, eis uma historia que precisava ser contada.         
Auzim freire

Casa do Sr. Chico Ribeiro à esquerda



O seu Chico Ribeiro



Seu Chico era decidido

Falava não tinha medo

Que a aliança do seu dedo

Há 30 anos perdida

Caiu ficou escondida

Um dia de manhazinha

Quando dona Marizinha

Fazia algumas mudanças

Encontrou-se com aliança

Na porta da camarinha.



(Auzim Freire)





O Chico Celso


Chico Celso tinha um bode
Que sempre se embebedava
Quando ele estava de porre
Todo mundo que passava
Se fosse homem ou mulher
Esse bode bodejava.

Era um bode muito grande
E todo cheio de segredo
Era difícil o dia
Que ele não tivesse bêbado,
Quando agente via o bode
Corria logo com medo.

Ele também tinha um tejo
Que trouxe da Paraíba,
Vivia preso em viveiro
Tão gordo que tinha giba
Quinze ovos mais ou menos
Que ele enchia a barriga.

Começou a soltar o tejo
Levando pra bodega,
Daqui para Paraíba
São mais de trezentas léguas,
Ele não se lembra mais
Aonde vive se apega.

Mas o Celso se enganou,
Um dia o tejo fugiu
Procurou por toda parte
Porém o tejo se sumiu
Sem poder fazer mais nada
Da procura desistiu.

Mais ou menos com três meses
A sorte como castiga
Recebeu um telegrama
Que resfriou a barriga
Que o tejo tinha chegado
A dois dias na Paraíba.

Quando leu o telegrama
E ficou muito contente
A pessoa lhe dizia
Que ele viesse urgente.
- Venha buscar o seu tejo
Ele esta aqui com a gente.

Celso não era casado
Com a mulher que vivia
O seu pai muito católico
Reclamava todo dia
Pra fazer o casamento
Mas o Celso não queria.

De tanto o pai pelejar
Celso disse que casava
Arrumaram o casamento
Que seu pai tanto esperava
Porém no dia da festa
Não foi como ele pensava.

Ele chegou na igreja
Assim despreocupado
O padre chamou os noivos
A Celso foi perguntado
Se ele levava gosto
Mas Celso ficou calado.

O padre disse: - Eu não posso
Fazer esse sacramento
O noivo ficou calado
Sem dar o consentimento
E dessa forma eu não posso
Fazer esse casamento.

Mas depois de algum tempo
Tornaram se arrumar
Ele disse pra mulher
Agora vou me casar
A mulher disse: - Tá certo
Dessa vez vou me vingar.

Os dois chegaram na igreja
Ela muito disfarçada
O padre chamou os noivo
E a dupla foi perguntada
O Celso disse que sim
Mas ela ficou calada.

O padre disse: - Eu não faço
Casamento desse jeito
Quando um fala outro não fala
Isso é falta de respeito
Eu só faço o casamento
Se os dois falarem direito.

Seu pai pelejou bastante
Mostrando as tabuas da lei
Agora vocês se casam
Assim como eu me casei
O padre não é problema
Pois com ele já falei.

No dia do casamento
Veja o que aconteceu
Quando o padre perguntou
Que todos dois respondeu
O padre disse: - Vão embora!
Hoje quem não quer sou eu.

As coisas de Chico Celso
Sempre terminavam em risada
Naquelas bocas de noite
Nós sentado na calçada
Vinham pessoas de longe
Para ouvir suas piada.

Chico Celso tu deixa agente
Tristonho e preocupado
Tua ausência nos maltrata
Na calçada do mercado
Tu não tem substituto
Que nos deixe conformado.

Amanaiara sem Celso
É um soldado sem capa
Uma roseira sem rosa
Uma serragem sem raspa
E um céu sem as estrelas
E a Roma sem o Papa.

(Auzim Freire)




O Haroldo Veras




Haroldo Veras fez esta
Há muitos anos atrás
Ele ainda era rapaz
No clube tinha uma festa
No momento que a orquestra
Deva início a pagodeira
Haroldo sem brincadeira
Parecia um magnata
De paletó e gravata
E calçado de chuteira.



(Auzim Freire)
Os filhos do Seu Chico Ribeiro e D Marizinha - 2011
(Luiz, Gerardo, Toinha, Chico Celso, Benilde, Caboquinho)


Outra do seu Chico Ribeiro




 Seu Chico disse uma vez
Que nunca forçou a barra
Mas o seu carro virava
Na sexta de cada mês
Só com ele, virou seis
Ele disse: - Tá danado.
Deixou o carro parado
E entrou para almoçar
E começaram a gritar
Foi ver o que se passava
Pois o caminhão estava
Virado sem viajar.



(Auzim Freire)







Seu Antenor


Quem conheceu Antenor
se lembra do seu passado
foi homem conceituado
sempre teve seu valor.
Ele era agricultor,
vivia criando gado,
e era bem abastado,
teve um passado brilhante,
foi muito perseverante
e muito bem reservado.

Tinha respeito por tudo
e transmitia com brilho
no caminho de seus filhos
dentro de seu conteúdo
valorizava o estudo,
fez tudo como queria
educou sua família
de maneira competente
era um tipo de gente
de muita categoria.

Naquele tempo passado
tinha gente desse jeito
era muito satisfeito
por ser demais respeitado,
Seu Antenor é finado,
mais deixou a sua imagem
no percurso da passagem
pelas estradas da vida
que por mim são refletida,
Foi um homem de coragem.

E eu que sempre gostei
de pessoas desse jeito,
procurar andar direito,
por toda a vida me apliquei
procurando andar na lei,
sempre guardei seu conselho,
usando seus aparelho
pra guiar a minha vida,
o momento da partida
foi usar o seu espelho.

No tempo que as riqueza
era cera e oiticica
a sua terra era rica
por obra da natureza.
Era um jardim de beleza
tinha pontos mais falado
como o mal assombrado
Oiticica do Cordão,
a Lagoa dos Torrão,
o Pé de Cajú Azedo,
ai existe um segredo,
nesse pedaço de chão.

Tenho profunda lembrança,
com ele ficando fraco,
quando ia pro Macaco
sem aquela confiança,
parecia uma criança
sem ter mais as atitude,
mas sempre teve a virtude
de fazer o que gostava,
aqui e ali passeava
na parede do açude.

(Auzim Freire) 


Documento em que consta o nome dos pais do Sr. Antenor Costa (integrantes dos pioneiros em Amanaiara):
José Fernandes da Costa (falecido quando o Sr. Antenor tinha 18 anos. Jaz no Muquém)
Izabel Rodrigues Costa


Celestina Rodrigues Costa e Pedro Caetano (Irmã e Cunhado de Antenor Costa)
Gení Costa, sobrinha do Sr. Antenor (Filha de Celestina e Pedro Caetano)
Amanaiarenses
Nordeste Distribuidora

Nordeste Distribuidora
(Empresa do amanaiarense José Antenor Costa. Filho primogênito de Antenor Costa)

Net: nordestecomercial.com.br



Zé Antenor

E tu José Antenor
Não vai ficar esquecido
A moda virou partido
E a freguesia aumentou.
Tu também tem teu valor
Hoje é homenageado
Não é por ser meu cunhado
Nessa parte pouco muda
Quando preciso de ajuda
Tu sempre tá ao meu lado.

(Auzim Freire)




                                             
                                              
                                                
Luiz Gonzaga ("Luiz da Augusta")
Grupo Kelly

Valdemir Vieira
Fortaleza Informatica


Vanderli Vieira e esposa
Vasconcelos Vieira


* Seduce Moda Íntima
(Valda Vieira)

* Farmácia Carlinhos Batista
(Amanaiara)
* Banda Idas e Voltas - Carlinhos Batista
(Amanaiara)
* Mercantil Luiz Monte
(Amanaiara)
* Mercantil Tarcísio 
(Amanaiara)
* Loja O Márcio
(Amanaiara)
* Mercadinho Diego
(Amanaiara)
* Lan House Ana Maria 
(Amanaiara)

(Amanaiara - antigo comércio do Valdir Vieira. Administra pelo Gerardo. Tel. (88) 3637.3033)

* Churrascaria Onofre
(Bairro Henrique Jorge/Fortaleza)

*Mercantil Dêdê
(Amanaiara)


*Padaria O Sales
(Amanaiara)



*Mercantil O Tobias
(Amanaiara)



 (Rua José Edmilson Aguiar, 70 Centro Reriutaba 88/3637.2089)

*Ara Club
(Amanaiara)



(Rua Major Pedro Sampaio, 404B 85/3877.1240)

*Lan House - Jauber
(Parquelândia/Fortaleza)

*Panificadora São Mateus -  Auzim
(Rua Pe Cícero, 542, Parque Araxá. Cep 60.430-660/Fortaleza)

*Mercadinho e Armarinho Armênia
(Rua Pe Cícero, 542, Parque Araxá. Cep 60.430-660/Fortaleza)

*Pizzaria e Churrascaria Astral - Marcilei
(Bairro Damas/Fortaleza)

*Mercadinho Benedito Pinto 
(Rua Carvalho Mota, Parque Araxá. Cep 60.430-660/Fortaleza)



*Mercadinho Santa Rosa - Valter Costa
(Rua Azevedo Bolão, Parque Araxá. Cep 60.430-660/Fortaleza)


*Mercadinho Zé Maria Monte e Lucimar
(Parque Araxá/Fortaleza)

*Distribuidora e Bomboniere Farias - Chico
(Rua Uruburetama, Montese. Fortaleza)


 *Churrascaria o Tio
(Valderez. Av. João Pessoa. Em frente ao Colégio Gustavo Braga. Fortaleza - 85/3087.1775)

*Lava Jato Orestes
(Vila União/Fortaleza)

*Pizzaiolo - Rossi
(Avenida Dom Luis/Fortaleza)


*Distribuidora de Queijos João Chaves
(Parque Araxá/Fortaleza)


*Bar Bebé Chaves
(Parque Araxá/Fortaleza)

*Ciclopeças José Cícero Monte
(Varjota)



*Loja Chico Monte - Eudes Monte
(Varjota)



* Transportadora Oliveira - Tom Zé
(Ônibus na Festa de São José - 19 de março - Fortaleza. Contato: 8812.9300)




Anastácio Ribeiro quando perdeu a vista



Seu Anastácio era quente

Na vista teve um desvio

Mas quando atravessava o rio

Via tudo perfeitamente

Ele contava isso a gente

Com toda sinceridade

Eu tinha a maior vontade

De disser que era mentira

Mas o Zé da Dona Lira

Disse que era verdade.



(Auzim Freire)

Zé Eduardo no Rio de Janeiro
(Arquivo: Carlinhos Batista)


Taí, eu achei decente
Vou guardar como lembrança
Foi meu amigo de infância
Eu fico muito contente
Por estar aqui presente
Eu demoro, mas não tardo.
Esse momento eu guardo
Com maior perseverança
A beleza e a elegância
Das pernas do Zé Eduardo.

(Auzim Freire)
                      
Amigos de Amanaiara - Parte II (O Empreendedor)


Eu vou contar uma história
De um garoto popular
Que nasceu no Camará
Numa casinha irrisória
Sempre sonhando com glória
E fazendo suas preces
Dizia um dia aparece
A quem Deus promete não falta
Sua visão era alta
Tem tudo por que merece.

Era muito destemido
Nas características suas
Vendia ata na rua
Tinha freguês preferido
Já era comprometido,
Tarciso Pinto comprava,
De vez em quando eu chegava
E tinha aquela fartura
Ata gostosa e madura
Do jeito que nós gostava.

Ele humildemente assistia
Sempre andava sem casaco
Uma bermuda de saco
Como a mãe dele podia
Ele vinha todo dia
Trazendo as coisas que tinha
Preá, ovo de galinha,
Coro de Tejo e banana,
Quando findava a semana
Comprava do arroz a farinha.

Inventou de ir embora
Para o Rio de Janeiro
Ver se ganhava dinheiro,
Mas teve pouca demora
Vivia contando as hora
Pra voltar por seu cantinho
Seu lar, seu berço, seu ninho,
Ficou vivendo do nada
Mas tinha a mente aguçada
A procura de caminho.

Um dia um amigo seu
Que morava em Fortaleza
Por conta da natureza
No Tarcísio apareceu
Ele lhe recebeu
Pediu pra ele arrumar
Um posto pra trabalhar
Ele disse: “- Eu vou pedir,
Depois tu manda ele ir
Quando eu primeiro arranjar.”

A conversa foi aquela
Sem mais nada acrescentado
Ele ficou animado
Com essa idéia tão bela
De maneira bem singela
Embarcou no corujão
Com a sacolinha na mão
Viajou pra Fortaleza
Pegou o amigo de surpresa
Quando abria o portão.

Falou dessa maneira:
“ - Não estava fazendo nada
Qualquer tipo de parada
É na chegada primeira
Como estou na zonzeira
Vim logo experimentar
Porque se agente arranjar
Eu já estando presente
O negócio é diferente
Isso eu posso lhe afirmar.

Seu amigo lhe levou
Pra falar com o gerente
E ele ficou contente
A firma lhe contratou
Ai ele caprichou
Pra que tudo desse certo
Começou a sentir de perto
Fez logo boa amizade
E trabalhava a vontade
Toda vida foi esperto.

No meio dessa amizade,
Ele muito prestativo,
Foi esse o grande motivo
De sua felicidade
Trabalhou com lealdade
Conheceu uns engenheiro
Foi o seu passo primeiro
Esse povo lhe apoiou
E de repente lhe levou
Para ganhar muito dinheiro.

Era desembaraçado
Em maneira de negócio
Nunca trabalhou com sócio
Sempre foi bem preparado
Comprou um carro fiado
Sua primeira aventura
Mais já tinha a cobertura
Com uma renda econômica
Agregou na telefônica
E começou a fartura.

Comprou mais dois caminhões
Vendia material
Areia, cimento e cal
E tudo de construção,
Um era com seu irmão
No outro ele trabalhava
E a coisa caminhava
Com toda tranquilidade
Um monte de claridade
Cumprindo sua vontade.

Botou uma padaria
Fazia pão, bolo e peta
Comprou logo uma carreta
Que era o ramo que queria
Depois disso construía
Um tremendo arranha céu
Acortinado de véu
Dezenas de apartamentos
Comprou o equipamento
E fez um bonito hotel.

No complexo do Pecém
Tem cento e vinte carretas
Carrega ferro em vareta
Pra Imperatriz de Belém
Fica nesse vai e vem
Roda no Brasil inteiro
Cabra do tipo certeiro
Acertou tudo na mosca
Sua porca não rouba rosca
E sabe ganhar dinheiro.

Mora numa cobertura
Pra ninguém botar defeito
Com tudo que tem direito
Com vinte lajes de altura
Ali mora essa figura
Todo despreocupado
Vive muito bem casado
Curtindo a brisa da praia
Contemplando a samambaia
Do seu jardim decorado.

                                                                                  (Auzim Freire)


Leilão em Amanaiara 2011

Amigos de Amanaiara - Parte III (O guerreiro)

Outro que saiu de lá
Há muitos anos atrás
O desejo de seus pais
Era ele se formar
Mais depois de pelejar
As coisas não deram certo
Viu outro caminho aberto
Ele deixou o estudo
Toda vida foi raçudo
Olhando tudo de perto.

Serviu às Forças Armadas
E saiu como tenente
Ele sempre foi decente
Não esquentava com nada
Teve a vida preservada
E tinha o estudo médio
Começou a vender remédio
Andando numa lambreta,
Hoje compra de carreta
E armazena em seu prédio.

O patrimônio que ele tem
Com a maior disciplina
Fortaleza e Teresina
Com tudo vendendo bem
Ele faz o vai e vem
Tipo de revezamento
De tudo ele está por dentro
É tudo bem controlado
A palavra de errado
Não é dos seus instrumento.

Tem centenas de empregado
E vive muito contente
Não pode ser diferente
Seu comércio é arrojado
Com seus dois filhos de lado
Um dos seus maiores valores
É de ser trabalhador
Ter tudo muito correto
Andar no caminho certo
Fazer tudo com amor.

Casou-se com uma moça
Também do interior
Mulher de muito valor
Aumentou a sua força
Acertou tudo na mosca
Hoje são pais de dois filhos
São dois meninos de brilho
Posso dizer que é completo
E é avô de quatro neto
Com tudo dentro dos trilho.


Quem tem um objetivo
Deve ser alimentado
Com esperança e cuidado
Pensamento positivo
Não nascer pra ser cativo
Ter muita perseverança
Quem espera sempre alcança
Com espírito voluntário
Não se acomodar com um salário
Procurar ter liderança.

Ele teve turbulência
Para alcançar a vitória
Não foi tão somente glória
Houve muitas conseqüência
Mas ele com paciência
Venceu tudo com coragem
Posso dizer, tem bagagem
É muito conceituado
Abrangendo três estado
Com produto de linhagem.

Falo desses conterrâneo
Os que mais se destacaram
Os outros não acompanharam
Mas todos tem um bom plano
Estou reverenciando
Os que chegaram primeiro
Que deram o tiro certeiro
E hoje estão liderando
E o resto acompanhando
Seguindo o mesmo roteiro.

Pra eles eu tiro o chapéu
E tenho admiração
Tanto que de minha mão
Eles recebem o troféu
Acortinado de véu
Por tudo que eles merecem
Quando faço minhas preces
Eu peço felicidade
Que eles vivam a vontade
Do jeito que as firmas crescem.




                                                                       (Auzim Freire)

Albano Veras e Sales
(Arquivo Carlinhos Batista)
Albano Veras e a comida


O Catita perguntou:
- Albano tu come muito?
E ele disse: - Esse assunto
De surpresa me pegou.
Deu uma rizada e falou
- Tu é um cabra da peste
A pergunta que fizeste
Na minha corrida louca
As comidas são tão poucas
Não dá para fazer um teste.



(Auzim Freire)

Caminho para Fortaleza


Amigo de infância

Outro que foi esperto
E nunca que saiu de lá
Teve um progresso exemplar
Com seus caminhos aberto
Foi meu amigo de perto
E pelo o que me parece
Hoje ele nem me conhece
Faz tempo que não lhe vejo
Mesmo assim o meu desejo
É de lhe ver como merece.

Hoje ele tem um problema
Mas com naturalidade
Pois quando chega a idade
Todos  nós temos dilema
As vezes grande as vezes pequena
Uns nas pernas e outros nos braços
O dele é no espinhaço
Mas isso não é defeito
Nos impede andar direito
É nossa vida em cansaço.

Ele em começo de vida
Apareceu no recinto
Trabalhou no Antônio Pinto
Foi o lugar de partida
Com mente desenvolvida
Começou a fazer chinela
Ai se abriu a janela
Apareceu a havaiana
Ele com pouca semana
Criou força nas canelas.

O seu primeiro transporte
Comprou de seu Chico Pinto
Já ia afrouxando o cinto
E começando a dar sorte
Foi arranjando suporte
E sendo representante
Daquela marca importante
Ai foi ficando forte.

Mudou-se para Varjota
Mesmo sendo terra alheia
Montou seu pé de meia
Que a cidade nem suporta
Foram abertas suas portas
Com muitos carros trocados
Que rodavam todo o estado
E os estados vizinho
Abastecia sozinho
O norte de lado a lado.

Hoje ele está reservado
Ganhou, dá pra viver bem
O recurso que ele tem
Da pra viver bem  folgado
Muita fazenda de gado
Na cidade ele é sozinho
Ninguém alcança seu ninho
Peço a Deus para lhe ajudar
Para com cuidado regar
As flores do seu caminho.

             (Auzim freire)


Família Vieira

João Veras e Haroldo Veras
(Arquivo Carlinhos Batista)

O João Veras         

                       


João Veras comprou um terno
Pra um time de futebol
Batizou de Penarou
No começo do inverno
Pra ele foi um inferno
Quando o time ia trinar
Ele queria jogar
Mas o povo não queria
Começava a putaria
Uma tirava o Radiola
Outro tirava o Beiçola
Outro tirava o Fernando
e o João Veras sobrando
ai disse: - Eu tiro a bola.



(Auzim Freire)





O fechamento da passagem pelo palco na Festa de Março de 2011



- João Veras!
Nós não gostamos nem pouco
com nossa rua trancada,
interromperam a estrada
ficou todo mundo louco,
foi aquele sufoco
sem poder passar de carro
era só botar uns barro
tapando aqueles buraco.
Meu povo reclamou alto
eu dei minhas rebanada,
não adiantou de nada,
com essas coisas eu me exalto.


Osvaldo me prometeu
de falar com o João Veras
e nós ficamos a espera,
mas ninguém apareceu,
o fato como se deu
eu fiquei aperreado
explicar para meus cunhado,
com quem divido a tarefa
de levar fogos para festa
quando não tinha o Osvaldo.


Com que cara eu vou pedir
pra fazer do mesmo jeito
quando não tiver prefeito
sem ter com quem dividir
eu vou ter que me bulir,
aquilo são três mil cruzeiros,
será que eu tenho dinheiro
sem poder contar com eles?
pois sem a ajuda deles
foram os fogos derradeiros.


Falo a verdade, não minto,
eu arranjo mil cruzeiros
mas o resto do dinheiro
é rateado entre nós cinco,
sem suas ajudas me sinto
com certa dificuldade,
não faço por vaidade
é um sistema de fé
pra exaltar São José
na nossa comunidade.



O grupo da ponta grossa
são realmente eles quatro
e eu vou pagar o pato,
ai eu volto para a roça
pra fazer, possa ou não possa,
estou sendo verdadeiro,
pra se arranjar cem 'cruzeiros'
se tona um Deus nos acuda
sem deles ter a ajuda
pra pagar o fogueteiro.



Todos já me prometeram:
pra festa não vamos mais,
e diz: - cadê teu cartaz?
aonde foi que meteram?
Teu prestigio derreteram
e tu ficou isolado
sem passar pro outro lado,
tu acha que está certo
pode reparar de perto
ficou desmoralizado.

Nós ficamos diferente
com aquele desrespeito
não é que eu culpe o prefeito
e sim nosso dirigente,
que não acolheu a gente
retirando nosso acesso,
isso ai não é progresso,
até o Luiz Ribeiro
achou aquilo um berreiro,
invés de chamar sucesso.





João Veras estou do teu lado
para o que der e vier,
mas tu não faz o que quer,
preciso ser respeitado,
se tu ficou chateado
é porque tu fez por onde
mas tua pessoa esconde
por mim admiração
vem e me pede perdão
não te cala, me responde.





(Auzim Freire)
Mercado
(Arquivo: CArlinhos Batista)



Raimundo Firme e Carlos Pinto
(Arquivo: Carlinhos Batista)
Estação e Igreja em Amanaiara 2011
Tom Zé, Amanda e Painho no Berrante

O Tom Zé
Vai com três ônibus lotados
Pra festa de São José
O Janjão e o Tom Zé
Todos os dois muito esforçados
Com tudo bem preparado
Encangado na embira
Isso ai não é mentira
E nem também é conversa
Aquela festa começa
Quando chega o Zé Traira.

A rua fica inundada
Com a presença de seus filhos
Que procuram dar um brilho
Sofisticando as noitadas
Que entram na madrugada,
Todo mundo com certeza
Acha aquilo uma beleza,
Brincadeira sem perigo
Agente abraça os amigo
Que chegam de Fortaleza.

É todo mundo da terra
Não existe cara estranha
A alegria é tamanha
Fazendo o grito de guerra
Subindo e descendo serra
Pra visitar São José
No Trevo do Jure
A banda esta lhe esperando
A festa está começando
Com o povo do Tom Zé.

E começa por ali
Usando os traços do zorro
Tem a dança do cachorro
Com o Janjão e Derli
O povo fica a sorrir
Com aquela palhaçada
É uma turma animada
Carrega tudo nas costa
Fazendo aquilo que gosta
de maneira programada.

O povo fica agitado
Daquele dia pra frente
Pois todo mundo é parente
E moram longe afastados
E fica tudo animado
Com a chegada do povo
Come-se feijão com ovo
Traíra, piaba asada.
Passa a noite na calçada
E para o ano vem de novo.

(Auzim Freire)


Unidade Básica de Saúde Leontina Veras
Em 1998 foram criadas as Equipes de Saúde da Família no municipio de Reriutaba. Ocasião em que foi fundada a ESF de Amanaiara. As equipes tinham o nome de PSF (Programa Saúde da Família), o qual era composto por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista e agentes comunitários de saúde. Os profissionais atendiam nas Unidades de Saúde e também faziam visitas aos pacientes que não podiam se locomover para a unidade. Tais equipes tinham como objetivo atender até 3 mil pessoas. Em 2010, denominada ESF (Estratégia de Saúde da Família). Em Amanaiara a UBSLV (Unidade Básica de Saúde Leontina Veras), dispõe desses atendimentos que assistem as comunidades pertencentes ao nosso distrito. (Fonte: http://psfdeamanaiara.blogspot.com/2011/04/esf-de-amanaiara.html)

Administrador
Posto edificado sobre a Escola João José de Mesquita - 2011
Outro conterrâneo


Um que não é empresário
Mas é cidadão de bem
O valor que ele tem
Dentro do nosso cenário
 Seu espírito voluntário
Ajuda qualquer pessoa
É uma figura boa
Tem um viver aprumado
Hoje á aposentado
E pra mim merece coroa.

Nunca se ouviu falar
Alguém que lhe procurasse
Ele não se prontificasse
No ponto para ajudar
Demorou a se formar
Nas letras da medicina
Tudo que sabe ele ensina,
É fisioterapeuta,
Pode usar a papeleta
Essa parte ele domina.

Não tem as grandes riquezas
Mas vive muito folgado
Com a família de lado
Num conjunto de firmeza
Isso é que eu chamo fineza
Vivem todos muito bem
De vez em quando ele vem
Me fazer uma visita
Uma das coisas bonitas
Que esse nosso amigo tem.

Morava na Amanaiara
Era dentista amador
Homem do muito valor
Uma pessoa rara
Alguém diz: tem duas caras
Mas isso não é verdade
Sua naturalidade
É andar bem arrumado,
Quem achar isso pecado,
Para mim não é defeito,
É um cidadão direito
Em todos os seus predicados.

Ele tem feitos importantes
Porém não anda dizendo
Para você ficar sabendo
Precisa ser vigilante
A sua ajuda constante
Nas horas mais precisada 
Ajuda sem cobrar nada
Toda vida ele fez isso
Sempre prestando serviço
De maneira disfarçada.

Homem de entendimento
Gosta muito de leitura
Conhece as duas escritura
Novo e Velho Testamento
Não é tudo cem por cento
Em tudo é muito sincero
Gosta de dançar bolero
E quer ser meu afilhado
Mas já está visado
Ser seu padrinho eu não quero.

                                                               (Auzim freire)



Arquivo: Carlinhos Batista



Seu Sabino


O Seu Sabino Pereira

Teve uma decepção

Com seu filho Zé Cordão

Um dia de sexta-feira.

Esperou a tarde inteira

O trem chegou atrasado

Chica deu logo o recardo

Vocês deixem de alvoroço

Que eu não tenho um tostão no bolso

Sabino disse: - rapaz,

Desse jeito não se faz

Com é que meu filho

 vem chegando aqui no Rio

com a mão na frente e a outa atrás?


(Auzim Freire)


Igreja de São José  e pátio - 2011

Vicente Pinto

Vicente Pinto prendeu
O seu Antônio Cabeleira
Estava tirando madeira
Dentro de um terreno seu
Seu Antônio estremeceu
Depois disse que pagava
Mas Seu Vicente com raiva
Botou tudo dentro do carro
Pegou a estrada de barro
Começaram a conversar
E antes dos dois chegar.
- Onde é o barraco
Que tu cavou os buraco?
- Do outro lado da rua
A terra também é sua.
Ai Vicente achou graça
E disse tira a madeira e faça
Do jeito que te convém
Não vai pagar nenhum vintém
Mais não vá fazer de novo
E nem vá falar para povo
Não diga nada há ninguém.

(Auzim Freire)


Parque Ribeirão em Amanaiara - agosto de 2009
Vaquejada com premiação de R$ 4.000,00.


Joaquim Paredão


O Seu Joaquim Paredão
Era um homem muito farto,
Dum bode comeu um quarto
Com arroz feito baião
E pisava no pilão
Uma teça de café
Era ele e a mulher
Se sentavam no batente
E ficavam frente a frente
Sem poder ficar em pé.

(Auzim Freire)

Parque de Vaquejadas - Luiz Monte

O Cabeleira


Outro de grande importância
Nosso amigo Cabeleira
Que nós ficava em fileira
Ouvindo as suas lambança
Trabalhou de segurança
Era muito preparado
Pra tudo era chamado
E se saia bonito
Um dia em São Benedito
Casou e fez batizado.



(Auzim Freire)

Time de Amanaiara - 2011 - São José Esporte Clube



Quadra Esportiva de Amaniara

Manuel Francisco do Nascimento e Renato - 2011
(Pai do Til)
Galpão em Amanaiara - 2011
A Feira de Amanaiara nos anos 50

Em 1951 eu tinha 11 anos e morava a três quilômetros do Distrito de Amanaiara. Eram poucos os carros que trafegavam na região, de modo que eu ficava horas esperando passar o carro do Abelardo, vindo da Pitombeira, carregado de dormentes para a estrada de ferro. Era um Ford 1938 com quatro pneus, mas eu ficava deslumbrado quando o via em movimento.                      
A vida era simples, mas havia tudo para aquela população: feijão, milho, mamona, algodão, oiticica e cera de carnaúba. Observando-se que oiticica e cera de carnaúba era produto dos moradores mais abastados. De acordo com as minhas posses, manejava algodão e mamona, adquiridos mais facilmente pelo povo humilde, bastando o esforço do trabalho de cada um no período do inverno para conseguir. Assim, quem fazia roçado colhia algodão e mamona, itens que eram levados aos domingos para a Amanaiara e vendidos ao Sr. Chico Pinto, grande comerciante de toda a produção da região. O empreendedor tinha uma fábrica de descaroçar algodão e comprava qualquer tipo de pele.
Os mais ricos eram da Família Pinto (os irmãos Chico, Vicente, Cícero e Antônio), mas não possuíam carro, mantinham os padrões de vida tradicionais na época.                                                              
Amanaiara era uma coisa louca em termos de animação, no domingo às quatro horas da manhã se ouvia o rugido do carro de boi, o estalo da macaca o barulho dos comboieiros que iam à feira.
Destacavam-se, entre os demais, os saudosos João Almeida com seu comboio de jumentos, Messias Rodrigues, Pascoal, bem como o Chico Caga-Fogo com um carro de boi carregado com suas produções para vender na feira ou na fábrica.
Do Serrote do Urubu vinha a Família Pequeno, com um jumento carregado de farinha; Berto Nicarcio vendia garapa; Luís de Paiva vendia bolacha fogosa; Raimundo de Almeida vendia palma de goma; Simião com pão sovado, caiçara e bolo manzape; Berto Pequeno e Raimundo de Moreira negociavam seu bolo de milho; João Inácio e Raimunda Angélica vendiam café e tapioca; Valdemiro, João e Manuel Lopes anunciavam seu café escolpado e fumo de rolo; Vicente Gomes, Sitônio Camilo e João Almeida traziam tijolinho de cana, rapadura; Luísa Faísca vendia pote, alguidá, caco de torrar café, jarro para esfriar água, assim como tinha tina de barro (chamada de tacha onde se colocava água da cacimba para lavar roupa ou tomar banho).
Muito conhecido, também, era o saudoso João Zacarias, profeta do sertão, dando dicas sobre o próximo inverno e quaisquer coisas sobrenaturais; além do Caipira do Seu Vinuto, a roleta do jabuti, as barracas de Manuel Coelho, Lavanca e Raimundo Leandro, as cestas de ovos do Cesário Buraco; o Zé Neu, que sempre teve um cavalo marchador, fazia exibições e encantava a todos.  
A feira começava às cinco horas e durava até meio-dia. Como o transporte era predominantemente feito por animais, nos arredores da feira havia muitos animais amarrados.
Vicente Pinto, que tinha poder aquisitivo mais avantajado, foi o primeiro a comprar um carro em Amanaiara. Um Ford 1951, branco, que foi vendido ao Gerardo Ribeiro. Chico Pinto comprou uma camionete GMC, seu primeiro carro; Gerardo Ribeiro comprou um Ford azul 61, destaque da região.
O desenvolvimento começava a chegar marcado pelos veículos automotores e brevemente os carros deixariam de ser novidade, mas o transporte mais utilizado ainda continuava a ser o trem.
Tudo parecia ir bem, mas o desenvolvimento desorganizado tomou conta de tudo, prejudicando Amanaiara que não demonstrou não estar preparada para os passos que iam se seguir.
Primeiro acabaram com o trem de passageiros, ficando apenas ônibus e camionetes fazendo frete; apareceu asfalto, luz e água...  Apesar de serem coisas úteis, o distrito não suportou seus efeitos colaterais.
Considero que a política foi uma das maiores responsáveis pelos prejuízos e estagnação até o momento enfrentados pelo povo e pelo distrito. Proporcionou muito lazer e pouco trabalho. Hoje, ante ao mau costume semeado, é muito difícil encontrar pessoas dispostas aos trabalhos mais simples, como diz o dito popular, “não tem quem ajude a botar a carga no jumento”. Além do mais, a insegurança pública assola os poucos habitantes que resistiram ao tempo vivem na roça com seu chiqueirinho de bode e ovelha. Não raro, têm o desconforto de serem inclusive obrigados a ajudar a amarrar seus poucos animais na garupa de uma ou demais motos sobre a mira de um revólver.
Ante a tudo exposto, uma parcela pequena na realidade (muito pior), fui surpreendido ao passar no galpão onde ficava a feira, às oito horas de um domingo (horário habitual das vendas e ajuntamento de gente), fiquei pasmo ao observar que não tinha uma peça a venda, estava vazio com três bodegas abertas (Valdir Vieira, Tarcísio Pinto e Dêdê), todas sem movimentação comercial.
Desse modo, percebo que Amanaiara não suportou a chegada das novidades trazidas pelo progresso, em vez de evoluir, estagnou. Localidade que foi referência naqueles rincões. Tomando-se como exemplo as comunicações, Santa Quitéria (hoje município muito desenvolvido) somente mantinha correspondências via correio sediado em Amanaiara, os malotes iam no trem. Agentes do correio de Amanaiara recebiam os pacotes; João Doca era o encarregado de levar as correspondências de Macaraú, Trapiá, Malhada Grande e Santa Quitéria, tudo feito a casco de burro. Amanaiara já teve posto do Banco do Brasil, Coletoria Estadual (Zé Faustino era o coletor). Destaques do tempo do Chico Pinto, com a força da fábrica, do algodão, da oiticica, da carnaúba e da mamona.
Assim, todos os distritos e cidades circunvizinhas se desenvolveram, mas Amanaiara perdeu até a condição de distrito, o que não consigo entender, mas aceito esclarecimentos sobre os motivos e providências.
                                           (Auzim Freire)

Entrada de Amanaiara/CE
(Arquivo: Carlinhos Batista)

                                                   Feira em Amanaiara
                                          (Arquivo: Carlinhos Batista)
    
Limá

Maria Alice

Germano e família

Antônio José e família
Casa do Seu Antenor

Antiga Casa do Sr. Chico Pinto

Rua da Mangueira


Antiga Casa da Dona Dedé (hoje Antônio Pinto) e a entrada da Rua


Amanaiara e Antônio Branco


Amanaiara sempre teve suas dificuldades, de modo que por volta de 1938 havia um cidadão conhecido por Antônio Branco, filho da terra, que morou na Rua da Mangueira e, em outro período, na Lagoa do Mufumbo. Tinha coragem ilimitada para lutar por seus sonhos e, observando a necessidade de água pela qual passava o distrito, começou a pensar como poderia resolver o problema. Assim, decidiu ir, montado em um burro, solicitar ao Presidente da República Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, maquinário e material para cavar poços profundos aptos a abastecerem a população amanaiarense.
Na ocasião, aparelhou três burros com ferraduras feitas por ele. Um para sua montaria, um para as malas e outro para seu companheiro (também corajoso amanaiarense chamado Bonitinho do Gildo).

Getúlio Vargas
Antes da partida, em 1945, registraram a viajem e seus objetivos na delegacia e na Sede da Prefeitura, uma vez que já tinham participado seu projeto a toda a cidade. Ato que foi repetido com novos registros em todas as delegacias e prefeituras nos municípios pelos quais passaram. Tais documentos foram muito importantes para os aventureiros, por creditá-lhes junto ao Palácio do Catete, e para a história de nosso povo, ante a conquista da aparelhagem.

Após quase um ano de viagem, chegaram à Capital do Brasil (Rio de Janeiro), onde amarraram seus burros em frente ao Palácio do Catete (Sede do Poder Executivo brasileiro).

O documento da viajem os legitimou e obtiveram acesso direito ao Presidente Vargas, quando efetuaram seus pedidos. Foram plenamente atendidos.

Escadaria do Palácio do Catete
(Sede do Governo brasileiro até o suicídio de Getúlio Vargas, ago/54. Juscelino já passou a governar no Palácio das Laranjeiras, também no Rio de Janeiro)
       Pouco tempo depois, as maquinas e o material para cavar poços de água chegaram a Amanaiara, mandadas pelo governo federal.

 Antônio Branco começou a cavar os poços, com o encarregado do governo, enviado especificamente para a viabilização do projeto hídrico.   

Cavaram um poço diante do Clube Recreativo de Amanaiara (hoje Ara Clube), um na Rua dos Monte, um no mercado, um na Rua da Mangueira e um em frente à casa da Dona Mundola (Próximo ao primeiro Posto de Saúde de Amanaiara), totalizando cinco poços.
Contudo, ainda houve críticas à proeza de Antônio Branco, pessoas que começaram a problematizar o serviço desenvolvido. Sabotagens começaram a ocorrer, tais como o desvio do local dos poços, fechamentos danosos dos buracos com pedras, na surdina da noite. Ainda assim, o perseverante amanaiarense continuou sua luta pela melhoria coletiva, guradando suas mágoas, erguendo a cabeça e enfrentando os novos desafios.
O fruto do emprenho emergiu com forma líquida, limpa e potável. Brotou água em frente ao Clube (poço que funcionou por muitos anos). Mas, as perseguições seguiram até que Antônio Branco, decepcionado, suspendeu o projeto, perdendo em muito Amanaiara, uma vez que não foi colocado o cata-vento programado para puxar água com ajuda eólica. Sustou o projeto, mas deixou alguns poços que funcionaram por dezenas de anos até que a água encanada foi viabilizada no ambente.
Ante as perseguições, críticas e a ingratidão de muitos, o herói da água (Antônio Branco) retirou-se de Amanaiara, partindo para o Rio de Janeiro, lá permanecendo por muitos anos. Voltou após muito tempo, já com idade avançada, a sua terra natal.
      
Ante aos desígnios da vida, pouco tempo após sua chegada, teve uma infecção intestinal e faleceu. Foi enterrado no cemitério dos Pinto em Amanaiara.

Cumpriu sua sina e seus restos mortais foram devorados pela a mesma terra que lhe viu nascer.

(Auzim Freire)
Depoimento de Valter Costa: "Quando o Antônio Branco, parente de meu pai (Antenor Costa), descobriu que eu morava no Rio de Janeiro, foi muito cortes. Sempre me visitava, deu-me todo apoio, ensinou-me a dirigir em um Pejour que e tinha. Passeavamos nos fins de semana, conversávamos e me visitou quando eu estava operado, cirurgia plástica realizada pelo Dr. Ivo Pitangui." (16.07.2011)


Arquivo: Carlinhos Batista

Antônio Branco convidou
Alguém que tinha coragem
Pra fazer uma viagem
Só teve um que topou
Quando ele apresentou
O roteiro a ser seguido
Tinha que ser destemido
Era um rapaz bem novinho
Se chamava Bonitinho
Era filho de seu Gildo.

O objetivo seu
Era o maior desse mundo
Pedir uns poço profundo
Para a terra que nasceu
Esse caso aconteceu
Na década de quarenta
Sinimbu era cinzenta
Desprevenida de fonte
Só tinha água na ponte
Numa cacimba barrenta.

A viagem de Antônio Branco
Daqui pro Rio de Janeiro
Em quatro burro tropeiro
E nesse quarto me tranco
Vou me sentar nesse banco
Escrever todo detalhe
Que a memória não falhe
O importante é fazer
Pra quem não sabe saber
Como foi a trajetória
As derrota e as vitória
Os momentos de prazer.

Eles conduziam um mapa
As direções das cidade
Pra terem a facilidade
De andar dentro da mata
Cada qual com sua capa
Quando pegaram a estrada,
As vezes seca, as vezes molhada,
Tiveram muito trabalho
Saíram cortando atalho
Na gigante caminhada.

Ir para o Rio de Janeiro
Em casco de animal
Não é coisa natural
Precisa pensar primeiro
É muito extenso o roteiro
Cheio de dificuldade
Tem que ter força e vontade
E também muita coragem
É muito grande a viagem
Pra chegar nessa cidade.

Eles saíram daqui
Com a rotina traçada
Eles pegaram a estrada
Que ia pro Piauí,
Passaram em Piripiri
Procurando Petrolina
Seguiram nessa rotina
Pra travessar o São Francisco
Um rio de muito risco
O resto agente domina.

Quando dormiam nas brenha
Fazer fogo era o segredo
Porque a onça tem medo
Ou qualquer bicho que tenha
Que lhe perturbar não venha
Quando ouviam alguns miados
Passavam a noite acordados
Mais eles não tinham medo,
Levantavam-se bem cedo
Sempre com muito cuidado.

Quando chegavam num rio
Iam estudar a passagem
Precisava de coragem
As vezes tremendo de frio
Naquele clima sombrio
No meio da mata densa
E eles com paciênça
Com tudo bem controlado
E Bonitinho ao seu lado
Com a mesma competência.

As passagens pavorosas
Foram as mais perto daqui
No sertão do Piauí,
Nas matas mais rigorosa
Tinha fera perigosa,
Enfrentaram uma picada,
Sem proteção adequada,
Passaram muitas semana
A onça suçuarana
Vinha insultar na estrada.

Piauí terreno alheio
E pelo o que pressenti
Se foi do jeito que vi
Eles cortaram no meio
No mais profundo aperreio
Bem serrado e montanhoso
Era lugar perigoso
Mais era a sua rotina
Para chegar a Petrolina
Na beira do Rio Famoso.

Ali fizeram a passagem
Não tiraram nem as calça,
Atravessaram na balsa
E prosseguiram viagem.
Bahia tinha a vantagem
De ser um sertão mais povoado
Embora fosse fechado
Morava ali muita gente
Era tudo diferente,
O pior tinha passado.

Avançaram na Bahia,
Calados sem alvoroço,
Alcançaram Capim Grosso
No prazo de muitos dia,
Faziam como podia
Tudo com muita cautela
Uma das coisas mais bela
Era seu comportamento,
Dava tudo cem por cento,
Tudo em cima da fivela.

Ele era mecânico fino
E começou procurando
Por onde ia passando
Dentro daquele destino
Ia arranjando inquilino
E ganhando alguns trocado
Antônio Branco era dotado
De muita inteligência
Humilde por excelência,
Sabia e era calado.

Seu Antônio era exemplar
Desses que tudo resolve
Endireitava revólver
E maquina de costurar
Tudo que você pensar
Ele tinha a solução
Fazia com perfeição,
Colar e cordão de ouro
Antônio Branco era um tesouro
Tinha a ciência na mão.

Dali partiram direto
Para o Senhor do Bom Fim,
Antônio Branco e Bonitim,
Mas nada disso era perto
Não era aquele deserto
Do começo da viagem
Quando tiveram a coragem
De fazer tremer a voz
No meio de bicho feroz
Que lhe impediam a passagem.

Em toda localidade
Onde tinha prefeitura
Pegavam a assinatura
E o carimbo da cidade
Pra dar continuidade
Com o aval do prefeito
Pra poder ter o direito
De serem bem recebidos,
Se tornar conhecido
Em qualquer ocasião,
Servia de proteção
Não eram dois foragidos.

Saindo de Capim Grosso
Para Feira de Santana
Levaram muitas semana
Com intervalo de almoço
Um sertão cheio de pescoço,
Mas era bem habitado,
Muita fazenda de gado
Andavam com liberdade
Capim e fartura à vontade
Um povo amigo e fiel
Tinha tanta cascavel
Até dentro da cidade.

Era tudo carrosal
Não tinha estrada de pista
Na Vitória da Conquista
Uma terra especial
O prefeito foi legal
Lhe deu muito mantimento
Carimbou seu documento
Reforçado o patrimônio
Partiu pra Teófilo Otônio
Com muito contentamento.

Chegando nessa cidade
Já na comarca mineira
Tudo coisa de primeira,
Mas se sentiram a vontade,
O mineiro na verdade
É um povo hospitaleiro
Já iam sentindo o cheiro
Da terra maravilhosa
Decantada em verso e prosa
O lindo Rio de Janeiro.

Quando chegaram a Petrópolis
Que Antônio Branco olhou
Viu o Cristo Redentor
No meio daquela metrópole
Sentiu no peito um galope
Com os dois braços erguido
Ele sentiu-se protegido
Da luz pura que domina
Com grande força divina
Aos menos favorecido.

Os dois ficaram parados
Sem querer acreditar
No que estava a se passar
Foi um momento sagrado
Antônio Branco mais pensado
Sentiu um choque profundo
E refletiu num segundo
Aquele gesto brilhante
Abraçando os viajante
De toda parte do mundo.

Na hora que eles chegaram
No Clube do Automóvel
Foram saber como resolve,
Os repórteres lhes pegaram
Foi tanto que perguntaram
Que ele ficou nervoso
E se tornou perigoso,
Respondeu com desagrado
E se manteve afastado
Foi um pouco rigoroso.

Com tanto que se acalmou
E foi feito o seu pedido
Pontualmente atendido
Sem mais aquele alvoroço
Pois pensava que não fosse
Ser assim assediado
E, depois de controlado,
Disse: - Eu sou um sertanejo
Que nunca tive cortejo
Não estava acostumado.

Quando ganhou o pedido
Passou pouco tempo lá
Tornou de novo a voltar
Do jeito que tinha ido,
Ele e Bonitinho do Gildo,
A volta agora eu não falo
Foi também o mesmo embalo
Tiveram as mesmas passagem
Foram seis meses de viagem
Foram e vieram a cavalo.

Quando chegaram aqui
As máquinas tinham chegado
Já tinha poço cavado
Sem Antônio permitir,
Ele viu aquilo ali
Fora do seu pensamento
Mais teve o comportamento
Tomou contado o serviço
E não foi tanto por isso
O seu desapontamento.

Continuou o serviço
Mas teve muito atrapalho
Nosso povo é muito falho
Incomodado com isso
Houve um grande rebuliço
Cada um queria de um jeito
Sem ter nada com o prefeito
Mais os mandantes queria
Antônio Branco não sedia
E foi aquele alvoroço
Seu Antônio viu seu esforço
Cair da noite pro dia.


Ele cavava de dia
E quem ficou descontente
Formava um grupo de gente
Quando era noite entupia,
De manhã quando ele ia
Continuar o trabalho
Até badalo de chocalho
Entulho, madeira e osso
Eles entupiam os poço,
Enxiam ate o gargalo.

A sua decepção,
Sua esperança perdida
Guardou pro resto da vida
No fundo do coração
Abandonou seu torrão
Pegou um navio cargueiro
Foi para o Rio de Janeiro
E foi morar na Baixada
Sem se importar mais com nada
Nem dos seus burros tropeiros.


                         (Auzim Freire)